Para descobrir os talentos e
eficiências dos incomuns?
Não basta oferecer a mão, é preciso
dar a mão!
Para desfrutar das riquezas e a
“boniteza” dos incomuns?
Quando der a mão, é aconselhável
oferecer o coração!
* boniteza (Pedagogia da Autonomia)
:
Sistema SOLIDARIEDADE de
Comunicação
Você Participa, Aparece e Cresce
Mais de um bilhão de pessoas
gritando juntas, quem vai fingir que não escutou?
Editorias:
Sinais de Outra Comunicação.
As contribuições dos incomuns na
humanização da humanidade,
através das suas diferentes
formas de viver o mundo.
Brasil é Espetáculo
Os incomuns nas galerias, campos,
praças, palcos, quadras, ruas, telas, pistas, mostras,
piscinas, feiras, livros, tatames e
todas outras passarelas.
Sol na Moleira
Energia, alimentos e flores: nos
trópicos, se plantando e cuidando tudo dá.
Breve histórico –
jan/2012
Protagonizado pelas
pessoas com deficiência e/ou sofrimento mental, que nós consideramos
cidadãos e cidadãs com talentos&eficiências ESPECIAIS e que
nós chamando de “INCOMUNS”, pessoas com talentos e eficiências, especiais, aquelas
que a sociedade, depois de muitos outros já dados, diz hoje que é politicamente
correto chama-los de pessoas com deficiência e/ou com sofrimento mental.
A experiência da Rádio Constelação, as várias vivências e lutas das
quais participamos, os apoios, dos quais destacamos a permanente qualificação
do jornalista Luis Carlos Bernardes (Peninha), orientação
do professor Wemerson de Amorim (coordenador da Rádio
FaE/UFMG) e o apoio do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário
Federal - SITRAEMG , foram o grande diferencial nas realizações da
primeira etapa do Sistema SOLIDARIEDADE de Comunicação.
O fato inovador da proposta não é a construção de um sistema de comunicação
deles, para eles e com eles, pois os talentos
e eficiências especiais superam em muito as limitações. O novo do
projeto é juntar todas e todos no mesmo vivenciar, afinal, somos todos
iguais, com as devidas e significativas diferenças.
As ações e reflexões, avanços e retrocessos, conquistas e derrotas foram os
ingredientes que nos possibilitaram chegar até aqui. Hoje, além de outros
parceiros formalizados, contamos com o Ministério da Cultura, através dos
projetos do Programa Cultura Viva: Ponto e Pontão de Cultura e Prêmio
Tuxaua.
Mesmo sendo uma experiência inovadora e possuindo pouca infraestrutura humana e
material, as experiências e disposições dos envolvidos, possibilitaram
avançarmos bastante: os movimentos e realizações dos incomuns a que tivemos
acesso, as articulações que realizamos o conhecimento das possibilidades e das
barreiras a serem ultrapassadas, e o acúmulo adquirido estão certificados no
acervo audiovisual que construímos.
Ainda é preciso avançar muito, mas com determinação, trabalho e ousadia,
subterraneamente, BH vem se constituindo como referencia nas práticas sociais,
educacionais, de saúde, culturais e políticas em relação aos avanços
necessários para que a sociedade desfrute das riquezas que as cidadãs e
cidadãos com Talentos e Eficiências Especiais têm proporcionado
para a humanização da humanidade e na construção de “cidades jardins” com
“belos horizontes”. Entre as muitas ações destacamos:
·
Desfile/Manifestação
da Escola de Samba Liberdade Ainda Que TamTam nos
18TÕES de maio -Dia Nacional da Luta Antimanicomial (maior manifestação mundial
por uma sociedade sem manicômio), a Mostra de Arte Insensata
e também a Suricato – Associação de Trabalho e Produção Solidária e
outras ações políticas, culturais e econômicas dos militantes da reforma
psiquiátrica, que vêm transformando Belo Horizonte em uma das principais
referências do serviço substitutivo mundial
·
O Nai
- Núcleo de Apoio à Inclusão do Aluno com
Necessidades Educacionais Especiais, da PUC Minas. Um campo de atuação ainda muito pouco conhecido,
referente ao suporte necessário ao aluno com deficiência, que conseguiu
desafiar e superar as barreiras impostas pela sociedade em geral e romper as
portas da Universidade. O NAI é um trabalho de vanguarda no espaço
universitário brasileiro.
·
O
processo que estamos construindo com a Faculdade de Educação da UFMG para
elaboração de um curso de extensão de capacitação dos incomuns da região
metropolitana de BH para formarem a primeira equipe do projeto e também para nos qualificar, de modo que possamos
despertar e orientar o desenvolvimento de equipes em outras regiões do Brasil e
de outras partes do mundo para a construção de um Sistema SOLIDARIEDADE de
Comunicação.
Construindo Redes de
Comunicação e Inclusão
Breve sistematização da nossa caminhada na construção do Sistema
SOLIDARIEDADE de Comunicação
Quando
demos início ao Sistema SOLIDARIEDADE de Comunicação, apostamos no sucesso de
nosso trabalho baseado nos talentos e eficiências especiais dos incomuns que já
haviam sido constatados em nossas experiências passadas. Entretanto, ao nos
aprofundarmos nos estudos, percebemos que a superação de nossas expectativas só
não foi maior, devido às limitações e deficiências da sociedade em lidar com a
diferença.
Vivemos em uma sociedade
hegemonizada pelos “normais”, sociedade esta com profundas deficiências e pouca
lucidez. Quando iniciamos o processo de implantação do Sistema SOLIDARIEDADE de
Comunicação pensávamos que um dos maiores desafios seria a ignorância dos
comuns em relação às potencialidades dos incomuns. Agora que já temos quatro
anos de caminhada, percebemos que a situação é bem mais grave do que
pensávamos. O que nós encontramos foi uma sociedade que ainda nem chegou ao
estágio de ignorância das capacidades dos diferentes, simplesmente por não
conseguir enxergá-los. É preciso primeiro que esta sociedade se sensibilize em
relação aos diferentes, para depois iniciar um processo de descobrimento dos
inúmeros talentos que também são permitidos a estes.
Não é um processo simples a
sensibilização dos comuns às necessidades e principalmente às potencialidades
dos incomuns. Muita energia e muito tempo foi gasto, inclusive dentro de nosso
grupo de trabalho, com a administração dos conflitos provocados pela falta de
trato com a diferença do outro. A intensidade do convívio com o diferente
durante estes quatro anos, nos rendeu, além dos frutos preciosos, vários
momentos constrangedores, pelo simples fato de estarmos “aprendendo” a lidar
com a diversidade cultural que ultrapassa a fronteira do convencional.
A
necessidade de mudança é tamanha, que mesmo que haja vontade política em prol
do diferente, os abismos da diversidade ainda não serão extintos.
Conquistaríamos apenas uma inclusão precária. Deve sim haver uma mudança
drástica no tratamento destes seres humanos tão humanos quanto nós, entretanto,
esta mudança deverá obrigatoriamente ser conduzida tendo-os como protagonistas.
Durante todo esse tempo, o
acompanhamento do professor Wemerson de Amorim, da FaE - Faculdade de Educação
da UFMG, foi a melhor das bússolas utilizadas para a travessia. Além da
orientação permanente, ele nos fez conhecer os trabalhos das professoras
Priscila Augusta Lima e Rosilene Horta Tavares da FaE, ações da UFMG e de
outras experiências vivenciadas e pesquisadas por ele.
Sabemos que
academia não pode tudo, mas a UFMG pode muito, e a Faculdade de Educação tem os
recursos estratégicos para ser canteiro da obra.
Participamos e acompanhamos
atividades da UFMG e de outras academias, algumas com maior, outras com menor
intensidade.
O dia 17 de novembro de 2011 foi
decisivo. Fomos ao lançamento do e.AR -
Espaço de Aprendizado em Rede, trabalho coordenado
pela professora Regina Mota, do Departamento de Comunicação Social.
Durante a apresentação, nos certificamos de que a plataforma desenvolvida
possui várias respostas e possibilidades para a potencialização do Sistema
SOLIDARIEDADE de Comunicação. Depois participamos
do Debates em Foco: Capitalismo e Movimentos Sociais Contemporâneos na
Faculdade de Educação FaE. A professora Silvania
Nascimento (FaE) falou sobre Articulações de Formação em Ciência e
Tecnologia e os Desafios da Inclusão Informacional e o professor Wemerson de Amorim
(FaE) sobre Rádio e Educação.
Nesta atividade encontramos a resposta sobre qual a pedagogia que
o novo paradigma da comunicação possibilita: compartilhamento, cooperação
e socialização dos conhecimentos.
Não estamos falando de um mundo
futuro, as ferramentas pedagógicas digitais são possibilidades que a cada dia
estão mais presentes. Além de serem aperfeiçoadas cotidianamente, novas
descobertas ocorrem em um ritmo estonteante. Por outro lado, o número de
incomuns na sociedade é cada vez maior. Como afirmou o professor Paulinho
Saturnino: “... a humanidade resolveu que não quer morrer. Cada vez mais são
descobertas novas soluções que aumentam o tempo de permanência do homem e da
mulher aqui na terra. Assim irá aumentar muito o número de pessoas cadeirantes,
sem ou com baixa visão ou audição ao nosso redor...”.
Voltamos para a FAFICH, na esperança
de acompanhar o final da seção da comemoração dos 50 anos do curso de
comunicação. As portas do auditório já estavam fechadas e só havia umas três ou
quatro pessoas do lado de fora. Mas uma delas era a peça que faltava no nosso
tabuleiro: Paulinho Saturnino: ex-professor e ex-diretor da FAFICH e permanente
ativista pela vida. Veja aqui um fragmento de uma das suas últimas ações.
A Para coroar
esse dia 17 de novembro de 2011 a continuidade do “nunca antes neste país”. Foi postado o vídeo (assista aqui),
depois dos cumprimentos, que terminam
aos 7 min e 30 seg, pode-se ouvir e ver:
DISCURSO: “queria dizer que hoje, esse é um
momento que vale a pena ser presidente”.
VONTADE de governo durante os 26 min e 52
seg.
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